quinta-feira, 16 de agosto de 2012

SERGIPE E A SUA CULTURA


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

João: o poeta sapateiro

Este trabalho tem por objetivo analisar as contribuições de João Sapateiro para a cultura Sergipana, fazendo uma análise e reflexiva sobre o que é cultura, e como esse poeta contribuiu para o enriquecimento da cultura de nosso estado. Visto que as manifestações artísticas são inerentes à própria vida social, não havendo sociedade que não as manifeste como elemento necessário à sua sobrevivência Para tanto, pesquisa a sites, estudos de obras teóricas, foram as ferramentas metodológicas utilizadas para alcançar o objetivo proposto.
Cultura s.f. 1. Acervo intelectual e espiritual. 2. Conjunto de conhecimentos adquiridos; instrução, saber. 3. Conhecimentos em um domínio particular. 4. Conjunto de estruturas sociais, religiosas, etc., de manifestações intelectuais, artísticas, etc., que caracterizam uma sociedade. (Larousse, p. 262, 2001)
“literatura” é arte que tem por matéria prima a palavra, e utilizando-se de técnicas faz-se da palavra um instrumento poderoso na construção do que se pretende - recriar a realidade.
A poesia está nesse contexto literário, pois, entende-se por poesia uma obra literária em versos, ou seja:
Poesia s.f. (gr. Poieses, criação), 1. Forma de expressão lingüística destinada a evocar sensações, impressões e emoções por meio da união de sons, ritmos e harmonia, geralmente em versos. (Larousse, p. 777, 2001)

João Silva Franco. Negro, quase dois metros de altura, teve a vida marcada pelo sobrenome postiço. Profissionalizou-se como sapateiro, remendando o couro, trocando o salto, pondo meia sola nos sapatos da população. Discreto, mas de boa conversa, o sapateiro exibia na sua oficina de trabalho, folhas de papel pautado, repletas de palavras escritas em letras de forma, fixadas nas paredes e nos poucos móveis do seu canto laboral. Eram trovas, pequenos e longos poemas, que surpreendiam a freguesia. João Silva Franco passou a ser conhecido como João Sapateiro, e reconhecido como o sapateiro poeta.
Vimos um pouco da biografia deste autor. Com isso pudemos refletir como este homem, sem condições (em se tratando de condições financeiras) conseguiu produzir tantas poesias em meio à correria da vida de trabalhador e chefe de família. Sendo, portanto, um vencedor, um exemplo de persistência, de amor a arte.
Pesquisando as expressões culturais de Sergipe, vimos que é de uma grandeza relevante, visto que somos o menor Estado da Federação. Pesquisamos e vimos a literatura folclórica, com seus versos, cordéis, cantoria de improviso, as lendas, os mitos, adivinhações, contos, nomes de famosos como Tobias Barreto, Silvio Romero, enfim, vários nomes, várias manifestações, mas de tudo que pesquisamos, nada, ou quase nada encontramos  para situar o nosso poeta João Sapateiro nessa cultura. Subtende-se que este modesto e brilhante poeta não foi reconhecido o suficiente para ter seu nome estampado em livros, situando-o como pertencente à cultura de elite ou popular. Restando o questionamento: Suas poesias são consideradas literatura? Lembrando que “literatura” é arte que tem por matéria prima a palavra, e utilizando-se de técnicas faz-se da palavra um instrumento poderoso na construção do que se pretende - recriar a realidade.
Separamos, para análise reflexiva, o poema abaixo, a fim de entendermos o fundamento das produções de João Sapateiro. Este que reproduziu em seus trabalhos, seus sentimentos, suas ideologias.  Sendo, portanto, um brilhante poeta, ainda que não reconhecido no meio literário.



Cântico
Aos Laranjeirenses


Minha terna  Laranjeiras,
Terra das lindas palmeiras,
Adoro tudo que é teu;
Admiro os belos prados,
E adoro os lindos trinados,
Das aves que Deus te deu.

O teu passado eu bendigo,
E adoro o “Bom gosto” amigo,
Aonde vou me banhar;
Adoro a meiga corrente
Que canta canção dolente
Andando em busca do mar.

Adoro a tua Matriz,
Aonde a velhinha feliz
Vai rezar o seu rosário;
Amo o teu belo Cruzeiro
Que lá no cimo do outeiro
Nos lembra o Monte Calvário.

Amo a tua marujada,
E adoro a Pedra Furada,
Que nos encanta e fascina!
Gosto da policromia
E da coreografia
Da Taieira de “Bilina”.

Amo os sinos  maviosos
E os teus jardins olorosos
Que te dão tanta beleza!
Amo as igrejas dos montes,
Amo as tuas velhas pontes
Que fazem lembrar Veneza.

Admiro o candomblé,
E o zabumba do José,
Torrentes de poesia!
Amo a face angustiada,
Da imagem cobiçada
Do Senhor da Pedra Fria.

Admiro a Matriana,
Aonde em fins de semana
O povo vai repousar;
E adoro o Barro Vermelho,
Que fez do rio um espelho
Onde vive a se mirar.

Eu gosto dos Penitentes
Que contritos, reverentes,
Rezam por todos do além.
-  E é com orgulho que falo
Na dança de São Gonçalo,
Que nos encanta e faz bem.


Eu adoro as procissões
Que povos de outros rincões
Não deixam de acompanhar;
E os teus velórios cantados
Que nos deixam encantados
Esquecidos de chorar.

Amo ao Samba de Tropelo,
Coco, Forró e Martelo,
Bacamarte e Batalhão;
E as tuas garotas belas,
Cantando trovas singelas
Nas rodas de São João.

Amo a vista deslumbrante,
E a brisa acariciante
Do morro de Bom Jesus;
O Serra-Velho, dioso,
E o mês de doloroso,
Que aos namorados seduz.

Adoro o teu céu de anil,
Amo o teu povo gentil,
Amo tudo que é de ti;
Eu amo os tamarindeiros
Eu amo os velhos coqueiros
Onde canta o bem-te-vi.

Admiro os Caboclinhos,
E os Negros do Rei  Raminho,
Lamentando o cativeiro;
E a cantoria bonita
Da turma de João de Pita,
No dia seis de janeiro.

Adoro os velhos sobrados,
Aonde em tempos passados
Se cultivava o lirismo;
E os bancos da Conceição,
Onde sentou-se a paixão
No tempo do romantismo.

Adoro a rua Direita,
Porque quanto mais se ajeita,
Fica bem mais sinuosa;
E o Alto do Xavier
Que mostra pra quem quiser,
O quanto és  majestosa!

Minh’alma também é louca
Por ti, cidade barroca,
Residência do saber;
Terra de João Ribeiro,
Meu amor é verdadeiro,
E te adoro até morrer!.

Percebe-se que o poema “Cântico aos Laranjeirenses” trata-se de um poema laudatório, que João, filho adotivo da cidade de laranjeiras, produziu enaltecendo sua terra querida.
João inicia os versos exaltando a terra de lindas palmeiras, com belos campos e aves mandadas por Deus. Ele fala da Igreja  Matriz com seu belo cruzeiro, que o faz lembrar o Monte Calvário, das manifestações artísticas – a taieira, o candomblé, a dança de São Gonçalo; expressa ainda seu  carinho pelo rio com seu  barro vermelho que vivia a mirar,  pelo povo daquela terra- povo gentil,  os prédios antigos com sua beleza lírica encravada em sua história. Enfim, João expressa em cada verso seu amor pela terra que o acolheu, e em gratidão o tornou um filho ilustre.
Finalizando este singelo trabalho, temos então o conhecimento de que cultura, ou manifestações artísticas, são inerentes à prática social, não havendo sociedade, portanto,  que não às manifeste. Sendo, portanto, um elemento necessário para a efetivação da  expressão humana.  E  que poesia é uma arte literária em forma de versos que tem como objetivo expressar e evocar sensações, emoções. Conhecemos, ainda, um pouco deste ilustre sergipano - João Silva Franco - que com sua arte compôs muitos poemas em meio à sua rotina de sapateiro, utilizando-se da arte para expressa-se e manifestar seus mais profundos desejos e pensamentos acerca de diversos temas. Podemos então concluir que este sergipano, adotado por uma cidade rica em cultura, soube aproveitar cada elemento a ele oferecido transformando em arte e revelando-se através de suas poesias. Podemos, então, responder ao questionamento proposto anteriormente: Suas poesias são consideradas texto poético? Ou apenas um trovador que compunha ao exercer seu ofício de sapateiro?

As poesias de João são consideradas parte da cultura popular sergipana. Embora não tenha se tornado um nome famoso entre os nomes de literários como Silvio Romero, Tobias Barreto, Hermes Fontes, sua poesia  é de grande importância para a consolidação de nossa cultura. A exemplo desse reconhecimento lembremos que seu nome foi o escolhido para  estampar o I Prêmio de Poesia Popular João Sapateiro em 2009.


O OFICO DAS REZADEIRAS EM SERGIPE

Diz à tradição que o ato de benzer, ou de curar, é a ritualização das coisas da fé, onde muitas vezes se misturam o sagrado e o profano. Herança dos portugueses que ao chegarem ao Brasil sofreram influências dos índios e, posteriormente, dos africanos, sobretudo as mulheres. O conhecimento das plantas.  Quebranto, cobreiro, mau-olhado, espinhela caída, erisipela, vento virado, peito arrotado. Quem quer que percorra os povoados da zona rural, as pequenas cidades do interior ou mesmo as periferias das grandes cidades vai se deparar, em um momento ou outro, com alguns desses nomes que fazem parte de um mundo mágico-religioso, povoado de rezas, crenças, simpatias e benzeções. Na cultura popular, corpo e espírito não se separam, tão pouco se desliga o homem do cosmos, ou a vida da religião. Para todos os males que atingem o corpo e a alma do homem sempre há uma reza para curar. É por isso que, apesar do tempo e dos avanços da medicina, a tradição dos benzedores ainda persiste na nossa moderna sociedade capitalista. Acreditando ou não no poder da reza, tem sempre aqueles que procuram, nas rezas e na benzeções, uma cura para a sua doença ou um alívio para a sua dor.


Não há uma estimativa de quantas mulheres atuam como rezadeiras em Sergipe. Existem ainda os rezadeiros, mas também é difícil informar com precisão o número de homens exercendo  esse ofício no estado. A prática de rezar tem diminuído, mas o professor de Antropologia da Universidade Federal de Sergipe, Jonatas Silva Meneses, afirma que ela resistirá ainda por um bom tempo. As rezadeiras têm algumas coisas em comum: a simplicidade e a fé, por exemplo. Invoca o nome de Deus o tempo todo. Na hora de rezar, misturam orações como o Pai-Nosso, Ave-Maria e o Credo com truques da magia.

Em sua maioria, são católicos. É um freqüentador de igreja. Mas há caso, mas com raríssimas exceções, em que essas pessoas estão ligadas à religiosidade afro-brasileira ou ao espiritismo. Vivem em casas humildes, onde podemos encontrar sobre móveis da sala ou do quarto imagens de santos. Nos quintais, cultivam as plantas que "curam". Ramos de pinhão roxo, arruda, aroeira e guiné são algumas das plantas utilizadas para "benzação". Cada uma é usada para um tipo de enfermidade.  As rezadeiras, em sua maioria, são católicas, embora, suas ações não correspondam às exigências da Igreja Católica. Isso porque elas pertencem ao que chamamos de catolicismo popular. Esse completamente tomado de símbolos e comportamentos criados e adaptados a partir das crenças e experiências de vida, também se configuram em uma grande força de resistência. Tais aspectos imprimem uma inevitável relação entre a ação cotidiana das rezadeiras e a preservação da memória de uma determinada comunidade.

     A benzeção é a mais viva forma da cultura nascida do povo e praticada pelo povo. O povo guarda as suas cantigas, seus remédios, suas preces, suas devoções, seus rituais de trabalho, enquanto tiverem algum sentido na vida deles. Os benzedores tratam seus doentes com rezas, simpatias e remédios que não se contradizem em nenhum momento. Eles transmitem uma grande paz e pelejam com o doente. Diante do tratamento dado pelos benzedores, é fácil enxergar que eles representam valores. Para nós, é impossível imitar suas rezas, simpatias e benzeções. Tudo isso está perfeitamente adaptado à vida dos benzedores e à dos seus doentes, mas muito diferente da nossa vida. É preciso tentar entender as suas histórias e suas realidades, seu modo de pensar, a partir dele próprio, da sua visão de mundo, que é bem diferente da nossa. É grande a diferença entre o oficial e o popular, desde o lugar do tratamento, os nomes dados aos membros do corpo até a própria interpretação da doença e, conseqüentemente, à prática dos benzedores. “Não podemos, portanto, continuar a ignorar o pensamento da metade da população brasileira, se quisermos efetivamente corresponder à expectativa da cultura e da civilização do nosso tempo.
 
As vozes presentes nos sussurros rezados têm muito a nos dizer, por serem oriundas de diferentes épocas. Trata-se de um eco que une diferentes períodos, passado e presente. O próprio ritual já pode ser visto como um discurso, com linguagem própria e que tem muito a revelar. Por fim, ao pronunciar as palavras mágicas “com dois te botaram, com três Jesus Cristo tira”, podemos observar aspectos que vão além de rezas e galhos, são os sujeitos históricos inseridos em campo, detentoras de complexo universo simbólico, da eficácia de cura, de poder. 
Antonio Marcos Lima da Silva
    Damares dos Santos
   Jairo Camilo Ferreira
   Jocimar dos Santos silva
Leidivalda Dorotéia Dorotéia da Silva


domingo, 15 de fevereiro de 2009

Batalhão de Bacamarteiros: A Força da Cultura Popular

















Por volta de 1780, surgiu um grupo no qual os negros dos Engenhos de cana-de-açúcar do Vale do Cotinguiba brincavam samba-de-roda e atiravam com uma arma artesanal conhecida como Bacamarte. Atualmente o Batalhão de Bacamarteiros possui 60 integrantes, entre homens, mulheres e crianças. Os instrumentos musicais são fabricados com a madeira do jenipapo, couro de animais e sementes.


Para fabricar a pólvora, é utilizado o carvão produzido à partir da umbaúba, cachaça e enxofre. Durante os festejos juninos acontece o ritual do Pisa Pólvora, para comemorar os Santos do mês. A musicalidade e a o ritmo contagiante encantam todos que assistem as apresentações do grupo pelo país.


O Batalhão de Bacamarteiros exibe a riqueza da cultura africana disseminada por nossa região e é uma marca inconfundível da cultura de Carmópolis. Atualmente o Batalhão se apresenta nas festas juninas embelezando nosso um município com o colorido das roupas com o barulho dos tiros e a graciosidade da dança e dos repentes. Nas ruas, o colorido especial das bandeirinhas, balões e fogueiras enfeitaram a cidade.
As famílias se empenharam na decoração para participarem do concurso da rua mais arrumada, que teve como grande vencedora a Rua Luis Maciel Brito.


O Batalhão de Bacamarteiros, maior manifestação cultural do município, deu um show durante o percurso que liga o povoado Aguada a Carmópolis, e o desfile continuou pelas ruas do município, chegando ao Arraiá do Carmo com muito forró pé-de-serra, encerrando as festividades com chave de ouro.

Ana Paula Torres Santana
Fernanda Mara Nascimento Pereira Lima
Josefa dos Santos
Kátia Santana Martins

Feira do São Conrado do Orlando Dantas













Pautaremos nesta pesquisa questões salientes a feira-livre do bairro Orlando Dantas, onde não encontramos apenas produtos agrícolas, mas também uma diversidade de mercadorias como: roupas, calçados, eletroeletrônicos, bijuterias, entre outros.

E é nessa gama de mercadorias que faz da feira um local único e de importante análise comercial, pois a obtenção de produtos, a sua comercialização e o consumo dos mesmos, representa todo um ciclo produtivo.








Esta feira foi fundada há cerca de 20 anos, como foi citado pelos feirantes, funcionando assim duas vezes por semana, ou seja, às quartas-feiras e aos domingos, antigamente esta feira era realizada em áreas abertas ocupando vários quarteirões do bairro.





Hoje a feira foi dividida e é realizada aos domingos em 2 (dois) locais, uma no Orlando Dantas e a outra no São Conrado, já as quartas- feira ela ainda segue a tradição, funcionando entre as ruas do Bairro. É imprescindível frisar que, feira no dialeto português significa um lugar público não raro, descoberto, onde se expõe e vendem mercadorias


Entrevistas

João Resende: vendedor de ganhamum e caranguejo trabalham a 16 anos na feira do Orlando Dantas, é aposentado, natural de Frei Paulo, trabalha sozinho na feira, possui carro particular, compra os produtos em Brejo Grande.


D. Neuza: trabalha na antiga feira há 8 anos, e no mercado há 9 meses, os produtos que comercializa são comprados, toda a família ajuda a vender na feira trabalha em 4 feiras .

D. Marlene: trabalha na feira há 17 anos, está alojada no mercado há 9 meses. Trabalha em 4 feiras como Santa Lúcia as quartas a tarde, Sol Nascente as sextas Santo Antonio aos sábados e no Orlando aos Domingos. Trabalha em casa também costurando lençóis de pedaço de pano. É natural de Malhador onde reside sua filha é de origem do campo.


D. Jussara: natural de Areia Branca Povoado junco, vendedora de bejú há 18 anos ela mesma produz, comprando apenas a matéria prima, trabalha na feira a 4 anos antes ela produzia e o esposo vendia em Maruim, hoje vende na feira do Orlando Dantas.

Antônio José da Silva: vendedor de bejú,trabalha há 20 anos, foi “fundador” da feira, trabalhou há 19 anos na antiga ele quem produz seu produto compra apenas o côco e o açúcar natural de Sergipe.


D. Marizete: vendedora de alho e condimentos, trabalha na feira as quartas e domingos, os produtos que comercializa são comprados, trabalha há 9 meses com a filha, tem a feira como sua única fonte de renda, moradora do bairro traz sua mercadoria no carro de Mao, não recebe ajuda de nenhum órgão público. Paga uma taxa de R$ 7,00, para o “aluguel” da banca.


Adilson Barbosa dos Santos: vendedor de melancias trabalha na feira, sozinho, há 12 anos, compra seus produtos para revender, transporte particular, paga uma taxa de R$ 7,00 pela banca não recebe nenhum apoio dos órgãos públicos.


Carlos (galego): vendedor de inhame, banana, aipim e maracujá, trabalha em 4 feiras Sol nascente as sexta, batistão as terças, sábados no Grageru, escola técnica as quartas e São Conrado aos domingos, compra seus produtos pra revender onde tem origem do campo.












sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Encontro Cultural do Santo Antônio

Encontro Cultural do Santo Antônio

É um projeto idealizado pela “Xocós” Associação Sergipana de Autores e Intérpretes Musicais Independentes, cujo corpo diretório é formado pelos cantores Antônio Rogério (Presidente), Chiko Queiroga (Vice-presidente), Gladston Rosa, (diretor financeiro) Jonatan Leite ( diretor) e Pepe ( diretor) que tinham pensado numa oportunidade de fazer alguma coisa ligada à cultura sergipana; à valorização do artista e da arte sergipana, diferente de outros eventos acontecidos em nossa cidade que não têm o objetivo concreto de dar valor 100% aos artistas sergipanos; devido a localização histórica do bairro Santo Antônio; além de ser recheado de popularidades artísticas, possui sede e pontos cultural e artisticamente turísticos como a Rua de São João e a Colina de Santo Antônio. Tendo como objetivo principal despertar no sergipano o conhecimento fazendo com que esse encontro torne-se agente multiplicador da cultura no estado atraindo assim turistas para a cidade.


A ENTREVISTA

Entrevista com o cantor Antonio Rogério da dupla sergipana ChiKo Queiroga e Antônio Rogério, há 10 anos juntos conhecidos internacionalmente, ganhadores de vários prêmios de música e festivais nacionais:

(Entrevistadoras) - Você considera-se um poeta devido as suas composições?
(Antônio Rogério) - Olha, considerar-se é um fator muito complexo, mas eu considero toda música que é feita com o coração uma poesia , eu assim... me considero um poeta da música.

(E) - Que artista te influenciou?
(A.R.) - “ ChiKo” ( ChiKo Queiroga.)

(E) - Como começou sua paixão pela música?
(A.R.) - Em 1984 ainda menino vendo uma amigo tocar violão numa viagem da igreja católica onde era coroinha rsrsrs, depois tentei o conservatório de música de Sergipe, fiz 8 anos de violão clássico e hoje tenho bacharelado em violão, são 24 anos de trajetória.

(E) - Qual sua canção predileta?
(A.R.) - São tantas, mas... Serpente, pode ser esta!

( E) - Como a sociedade pode influenciar a música sergipana?
(A.R.) - Veja, valorizar suas raízes, e suas histórias , prestigiar os artistas da terra, ahhhhhhh, tem uma coisa que falta muito no sergipano e que a muito tempo eu luto pra resgatar isso é o “bairrismo”, por exemplo se alguém fala mal do baiano na Bahia ele briga, o sergipano às vezes até ajuda a falar mal dos próprios sergipanos, voltando a pergunta, acredito que falta amor a Sergipe e ao espírito de sergipanidade.

(E) - Como os governantes podem ajudar a cultura?
(A.R.) - Pra você ter uma idéia nos somos reconhecidos lá fora temos até proposta pra morar no exterior, quando se sai um pouco ( do Brasil ) a gente percebe que os países que investe em cultura e educação , o espírito e outro, a ótica é outra, aqui ( em Sergipe) o governo tem pouca ou nenhum envolvimento com a cultura local e pior ainda, não tem noção de quanto iria influenciar, economicamente, turisticamente, socialmente e até pedagogicamente nosso Estado, por exemplo a Bahia com o axé, Recife com o frevo, Ceará com forró, Maranhão o Boi, se você parar pra analisar Sergipe esta totalmente fora do contexto cultural, falta comprometimento dos governantes por Sergipe.


Biografia - Aracaju-Se, cantor, compositor, estudou violão clássico no conservatório de música de Sergipe, instrumentista, toca violão, baixo, e viloa., trabalhou em diversas casas no Estado de Sergipe.

Discografia –
Serpente
Chiko Queiroga e Antonio Rogério
Folia de São João
Balaio Atemporal
C’ lariou Vol 1 e 2
Canta-SE
Chiko Queiroga e Antonio Rogério 10 anos.




Para refletir...

Sergipe ainda não é um estado culturalmente conhecido por não ser valorizado de maneira concreta pelos seus habitantes nem pelos seus governantes. Portanto, dependem de nós algumas atitudes para reverter esta triste e injusta situação atual da cultura sergipana, cujos artistas fazem seus trabalhos com muito amor, mas para sobreviverem dos mesmos precisam ir para o exterior. Afinal, o que você já fez ou está fazendo para mudar isto? Possui CDS, livros, artesanatos de artistas sergipanos? Freqüenta peças e shows dos mesmos? Assiste e valoriza as manifestações folclóricas de seu estado, ou simplesmente entrega-se de corpo e alma à cultura de massa imposta pelos poderosos, vindas de outros estados? Qual a sua posição, por exemplo, quando vai à Orla de Aracaju e acaba por deparar-se com apresentações de trios pés de serra não sergipanos? Por isso, vamos fazer a nossa parte na valorização dos artistas sergipanos e tornarmo-nos multiplicadores da nossa cultura acabando com o conceito que se é sergipana não é boa, além disso, devemos defendê-la não deixando que falem mal e mostrando o contrário. Mas, para que isso venha acontecer, é necessário passarmos a amar verdadeira e espontaneamente o nosso estado. Pense nisso!



Acadêmicas
Ana Maria Moura Santos
Deise Cristiane do Nascimento
Sheyla Samantta Santos Costa
Tamires Andrade Cavalcante
Telaine de Jesus Souza

A FESTA DO BARCO DE FOGO REALIZADA EM ESTÂNCIA - SE








Estância, localizada a 56Km em
linha reta e 70Km por Rodovia Federal de Aracaju, celebra durante os festejos juninos, diversas manifestações folclóricas, entre elas, a corrida de barcos de fogo que fez com que Estância, através dos belos espetáculos pirotécnicos, ficasse reconhecida nacionalmente.

Antônio Francisco da Silva Cardoso, foi o criador do primeiro barco de fogo. Ele exercia a função de jardineiro na Prefeitura Municipal de Estância e costumava pescar. Tinha o sonho de ser marinheiro. Quando rapaz foi acometido por um problema auditivo que provocou a sua deficiência, ficando assim, conhecido como “Chico Surdo.”

O primeiro barco de fogo foi criado no final da década de 30. A idéia primitiva do barco de fogo se deu através da experiência com uma espada, para correr num fio de arame. Percebeu que quando ateou fogo, sua invenção deu certo e daí por diante começou a criar novas miniaturas de barco.

Na fabricação dessas miniaturas eram utilizados madeira leve e papelão, para a estrutura do barco, e espadas de pólvora e bambu para queimar os rojões. Na decoração dos barcos eram utilizadas bandeirolas coloridas.
Na época a corrida do barco de fogo virou moda transformando-se assim em tradição na cidade. Com o passar do tempo, foram tendo mudanças apenas na criatividade no que diz respeito à decoração dos barcos.

A fabricação dos barcos era caseira, realizada em fundo de quintal e em pequenos barracos. A carcaça do barco estando forrada, o barqueiro juntamente com a equipe, sem nenhuma interrupção, leva em torno de 24 horas na construção do barco. Para os festejos juninos o barqueiro começa a construir os barcos a partir do mês de outubro. Um barco custa em média: R$ 400,00. Os recursos utilizados na fabricação do barco são dos próprios fogueteiros. Não há uma contribuição financeira direta do Município na construção dos barcos. O vínculo que existe entre o Município e os fogueteiros é a compra dos barcos efetuada pela Prefeitura e os eventos por ela promovidos.

No momento a fabricação dos barcos está suspensa devido a uma explosão num barraco há um tempo atrás. Está sendo estudada, pelos órgãos competentes e pelos fogueteiros, a possibilidade da construção de um galpão apropriado para a fabricação dos barcos.

Em Estância, a festa da corrida dos barcos, tem lugar específico que é o Forródromo. Para participar da corrida, os barcos devem respeitar todo o regulamento do concurso, como por exemplo, tamanho, peso do barco, etc.

A corrida é realizada sobre um cabo de aço que corta uma extensão de 300 a 400 metros em linha reta, tendo pilastras de concreto nas duas extremidades. O barco de fogo é conectado por roldanas, a este cabo.

O fogueteiro junto com a equipe utilizam técnicas durante a corrida. É necessário que abaixe a tesoura e o fogueteiro posicione-se de lado para acender o pavio da espada, que fica no interior do barco, pois o barco fica a uma determinada altura. O primeiro pavio é aceso, e faz com que o barco dispare a correr sobre o fio, lança fogos e guirlandas para cima, asperge faíscas em cores. O choque, na outra, extremidade, detona o outro pavio, que produz o movimento em sentido contrário, até trombar na pilastra original.

Há um julgamento para escolher o barco vencedor em que o júri analisa: a decoração, a velocidade em que o barco vai e volta ao ponto de partida e que não deve por nenhum instante parar no meio do percurso e as mais belas flores de fogo que são soltadas durante a travessia.

A Prefeitura Municipal da cidade juntamente com a Secretaria da Cultura, com o objetivo de manter essa tradição, lançou um projeto, em que são realizadas na praça Barão do Rio Branco, todas as penúltimas sextas-feiras do mês, diversas apresentações como: teatro, café cultura, shows musicais, exibição de espadas e corrida de barcos de fogo, que é considerada uma das mais belas apresentações da noite.

A cultura realiza a história do homem. Visa permanecer suas raízes com as novas gerações. Estância, por exemplo, chama a atenção das gerações futuras a não deixar que sua cultura, sua origem e seus feitos se percam na evolução de tanta transformação e tecnologia. Estância não só cultiva suas tradições, mas também empenha em expandir seus valores culturais para outras cidades e estados, despertando no indivíduo o interesse e a valorização da cultura como alicerce na vida do ser humano.

Informações obtidas através de entrevista com o fogueteiro Ademilson da Conceição, popularmente conhecido como “Cride”.



Pesquisa de autoria das acadêmicas:
Carla dos Santos Almeida / Flávia Santos Fonseca / Mara Angélica Rodrigues / Maria Kleidy Tavares Melo / Maryssandra Melo dos Santos / Roselia dos Santos Vieira

domingo, 2 de novembro de 2008


SERGIPE SOCIEDADE E CULTURA é um livro de caráter didático enfocando aspectos teóricos e temáticos referentes a sociedade e a cultura sergipana, contendo textos sistematizados e acessíveis.


Essa publicação é destinada a professores e estudantes das áreas de Sociedade e Cultura, História, Artes, Religião e Economia, bem como a cidadãos(ãs) sergipanos(as) natos ou adotivos que amam a sua terra e a sua gente, que procuram conhecer o que lhe é próprio, a turistas e pessoas interessadas.
Amigo, você se encontra nesse livro

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