quinta-feira, 20 de novembro de 2014

MONOGRAFIA ( RESUMO DE APRESENTAÇÃO )



A LIBERDADE DO SER HUMANO EM SARTRE 
Por meio deste trabalho monográfico abordamos “A liberdade do ser humano em Sartre”. Tendo como sustentáculo o terceiro tópico “Liberdade e responsabilidade” do primeiro capítulo na obra O ser e o nada. E como objetivo geral: Compreender o significado de liberdade do ser humano no pensamento de Jean-Paul Sartre. Tem a pretensão de responder a seguinte problemática: é possível o ser humano compreender-se livre sem responsabilidade de acordo com Sartre? Portanto será trabalhado em três capítulos: No primeiro refletimos a existência do homem na filosofia de Sartre. Em seguida, evidenciamos a existência do ser na filofia de Sartre. Por fim, no terceiro capítulo, trouxemos como reflexão a liberdade do ser humano no pensamento sartreano.
A presente pesquisa deseja cooperar com a filosofia no que se refere ao estabelecimento de uma reflexão do que realmente venha a ser a liberdade em Sartre, utilizando como base a linha de pensamento do próprio filósofo. Segundo ele, a liberdade está intrinsecamente ligada à responsabilidade; assim, cada indivíduo assume as consequências das suas escolhas. O sujeito, desesperado e angustiado, busca soluções em tudo, a ponto de depositar a responsabilidade em outro ser, a fim de que esse assuma as consequências dos seus atos e escolhas. O autor nos lembra que o homem foge de sua responsabilidade, agindo de “má fé” consigo mesmo, isso porque é mais fácil atribuir suas culpas a outro, e assim desfrutar de uma liberdade desmedida.
O ser humano, segundo o autor, está condenado a ser livre, porém com responsabilidade, a qual consiste no ato de escolher o que lhe dá prazer e alegria, sendo que a mesma o possibilita agir com prudência em suas escolhas. Para Sartre, esta prática não anula a liberdade. A seguir tratamos do surgimento do existencialismo.
        O filósofo Kierkegaard é o pioneiro no estudo da existência, porém o seu pensamento não tive grande importância quando foi apresentado. Todavia, foi depois da sua morte que o mesmo passou a ter relevância para os filósofos do século XX, chegando ao ponto de lhe ser atribuído o título de pai do existencialismo, por ter abordado, o que virá a ser o embasamento da corrente filosófica existencialista.
            A Primeira Guerra Mundial que envolveu a Europa, foram momentos complicados para a população que durante todo aquele período, vivenciou, conflitos envolvendo vários setores da sociedade, tais como: financeiro, político, econômico, moral e principalmente no âmbito acadêmico. A falta de sentido em viver em meio a tantos destroços, levaram os sobreviventes a se depararem com uma crise existencial, que fora provocado por meio da guerra, que se tornou um momento histórico, surge como consequência uma nova corrente filosófica: o existencialismo.
A grande maioria dos jovens adotou a atitude existencialista. O existencialismo por intermédio das mídias foi relacionado aos movimentos de modificação de conduta e de costumes. De início tem como ponto de partida assinalar motivações para que o ser humano tenha sentido de viver, de acordo com a linha do pensamento podemos dizer que o termo designa de forma compreensiva, uma filosofia não sistemática, metódica. Essa corrente filosófica do existencialismo prioriza o real, o si, o para si, o particular, as generalidades vagas.
O existencialismo cristão é formado por estes filósofos: Karl Jaspers e Gabriel Marcel que tiveram um entusiasmo pelo mistério da humanidade; uma convicção de que existe um para além do conhecimento que nos é possível atingir. Tais filósofos insistem em dizer que Deus é indispensável na vida do homem, na construção de sua essência.
E os pensadores ateus são: Heidegger e Sartre. Neles encontramos a eliminação de qualquer tipo ou forma de conhecimento com relação a Deus. Mas sem deixar de lado o pensamento de que a “existência precede a essência”, assim afirma Sartre.
A existência do ser na filosofia de Sartre
A fenomenologia foi mencionada por alguns pensadores, no decorrer da história filosófica, no entanto é possível apresentar como descrição de que, podemos definir o fenômeno como “aquilo que aparece ou se manifesta.” Desta forma, fizemos feita uma abordagem da fenomenologia sob a marca do filósofo alemão Edmund Husserl que apresenta a fenomenologia como um método de verificação que tem o propósito de apreender o fenômeno, isto é, o surgimento das coisas à consciência, de uma maneira rígida.
O ser se manifesta, tanto na sua essência quanto na sua aparência e, não passa de ser bem interligada dessas manifestações. Ao conseguir reduzir os dualismos às suas manifestações. As aparições estão ligadas por uma razão que não depende do meu bel-prazer. Segundo Sartre, dualismo, ato e potência, apenas confundem a análise do fenômeno. O existente, com efeito, não pode se reduzir a uma série finita de manifestações, porque cada uma delas é uma relação com um sujeito em perpétua mudança.
Pode-se afirmar que Sartre se atém na análise do fenômeno, o que vem a ser o propósito maior da fenomenologia husserliana. O que o pensador Frances entende por prova ontológica reside nos seguintes termos: “a consciência nasce trazida por um ser que não é ela. A consciência não pode fazer com que haja ser, mas, porque há ser, a consciência funda-se, enquanto consciência de si e do ser.” (LIMA, 2009, p. 18). Sartre critica Husserl pelo fato do pensador alemão ter ficado preso ao cogito cartesiano, mais especificamente à descrição da aparência das coisas à consciência.
Ao desvelar o fenômeno do ser, Sartre o analisou como aquilo que aparece em si mesmo. A partir deste estudo, o filósofo passou a interrogar pelo ser mesmo desse aparecer. Não participando com as soluções realista no que se refere à problemática do ser do fenômeno, ele o ponderou como aquilo mesmo que se mostra à consciência, empregar para isso o conceito de intencionalidade de Husserl, embora fazendo algumas advertências ao filósofo alemão. Assim, "partimos da pura aparência e chegamos ao pleno ser." (SARTRE, 1997, p. 35). É quando Sartre irá apresentar dois tipos de seres hauridos de sua análise existencial: o ser Em-si e o ser Para-si. O filósofo irá discorrer sobre esses dois tipos de seres mostrando os modos próprios como eles se dão.
Em determinar o ser do fenômeno como sendo o ser tal qual ele nos aparece, Sartre o chamará de ser Em-si (En-soi). Não convêm dar tais atributos: atividade, passividade, possibilidade, temporalidade, potência, pois estes só podem advir através da consciência. O conceito de Em-si adotado por Sartre será a base de sustentação para o filósofo apresentar o Para-si que vem a diferir drasticamente do Em-si. O filósofo francês lança mão da noção husserliana de consciência, que define como sendo alguma coisa. Pois, é intencional, isto é, está sempre voltada para um objeto que dela difere. Pois, o autor Frances defende que a atitude interrogativa não deve ser considerada como que restrita, isto é, à relação entre homens.
É como se o nada tendesse constantemente no sentido de nele se estacionar. Uma vez que a consciência intencional é desprovida de conteúdos, só lhe resta sustentar o seu ser no nada. Por só poder existir como consciência de algo e por não ser o fundamento de si mesmo, tende a cair constantemente para o ser Em-si. Desse modo nos detemos na liberdade do ser humano no pensamento sartriano.
Este capítulo explora a liberdade do homem. O Para-si exerce o seu ser livre através das escolhas que tem de fazer, a respeito de si, ao longo da existência. Por sua vez, Sartre enfatiza que o ato de escolher traz consigo uma experiência bastante singular: a angústia. Para Sartre, ela se dá pelo fato de o Para-si ter de escolher seu modo de ser, no entanto, o fundamento de seu próprio ser: Tenho que assumir constantemente meu modo de ser, sem possuir uma base sólida sobre a qual eu possa repousar.
 Presumivelmente, visto mais adiante, o Para-si deve responder pelo seu modo de ser. A angústia da decisão sempre vem à tona quando tomamos consciência de nossa inteira liberdade. O filósofo francês nos apresenta um tipo especial de conduta que adotamos para desviar da angústia que corrói o Para-si.
A liberdade reside no homem na questão de ter que escolher constantemente, o sentido que ele dará a si mesmo e ao mundo à sua volta. Contudo, para fugir do peso da responsabilidade, o homem se refugiar geralmente na má-fé.
 Mais um tipo particular de conduta de má-fé. Por hora, o que importa aqui é que o Para-si não pode assumir o seu ser como se fosse um Em-si. Pois se assim o fosse, não poderíamos nem sequer falar de liberdade e transcendência. Seguindo os passos do pensador francês ao longo de sua análise ontológica em torno da liberdade.
Sartre até aqui nos conduzir à sua noção de responsabilidade. O Para-si deve escolher seu modo de ser. Para realizar tal pensamento, Sartre argumenta que o homem deve assumir inteiramente a autoria de seu projeto existencial.
A presente pesquisa faz algumas reflexões, sugestivas importantes para o ser humano perante a sociedade. Mesmo que Sartre enfatize que “cada um é responsável por si e pelos seus atos”, pois uma vez vista desta forma contribuímos para uma vivencia melhor com o mundo que está ao entorno, tentamos dar prioridade a problemática da liberdade que o homem almeja, mas como vimos a liberdade já termos desde a nossa origem, porém Sartre condena o uso da má-fé. Esta pesquisa mostra que a liberdade deve estar sempre alicerçada na responsabilidade. A liberdade já é uma característica de cada ser humano.
A presente pesquisa trouxe algumas reflexões que pode contribuir para a filosofia no que se refere ao estabelecimento de uma profunda reflexão do que realmente venha a ser a liberdade do ser humano nas perspectivas sartreana, utilizando como meio de compreensão o pensamento do próprio filósofo. Acreditamos, pois, que esta seja a grande incumbência e contribuição deste trabalho monográfico para a sociedade e para a filosofia.