Catecismo da Igreja Católica
ÍNDICE ANALÍTICO
P.21 PÁSCOA
P.21.1 Acontecimentos da Páscoa
§640 O TÚMULO VAZIO
"Por que procurais entre os mortos Aquele que vive?
Ele não esta aqui; ressuscitou" (Lc 24,5-6). No quadro dos
acontecimentos da Páscoa, c primeiro elemento com que se depara é o
sepulcro vazio. Ele não constitui em si uma prova direta. A ausência do
corpo de Cristo no túmulo poderia explicar-se de outra forma. Apesar
disso, o sepulcro vazio constitui para todos um sinal essencial. Sua
descoberta pelos discípulos foi o primeiro passo para o reconhecimento
do próprio fato da Ressurreição. Este é o caso das santas mulheres, em
primeiro 1ugar, em seguida de Pedro. "O discípulo que Jesus amava" (Jo
20,2) afirma que, ao entrar no túmulo vazio e ao descobrir "os panos de
linho no chão" (Jo 20,6), "viu e creu". Isto supõe que ele tenha
constatado, pelo estado do sepulcro vazio, que a ausência do corpo de
Jesus não poderia ser obra humana e que Jesus não havia simplesmente
retomado a Vida terrestre, como tinha sido o caso de Lázaro.
P.21.2 Celebração da Páscoa entre os cristãos e os Judeus
§1096 Liturgia judaica e liturgia cristã. Um
conhecimento mais aprimorado da fé e da vida religiosa do povo judaico,
tais como são professadas e vividas ainda hoje, pode ajudar a
compreender melhor certos aspectos da liturgia cristã. Para os judeus e
para os cristãos, a Sagrada Escritura é uma parte essencial de suas
liturgias: para a proclamação da Palavra de Deus, a resposta a esta
palavra, a oração de louvor e de intercessão pelos vivos e pelos mortos,
o recurso à misericórdia divina. A Liturgia da palavra, em sua
estrutura própria, tem sua origem na oração judaica. A Oração das horas,
bem como outros textos e formulários litúrgicos, tem seus paralelos na
oração judaica, o mesmo acontecendo com as próprias fórmulas de nossas
orações mais veneráveis, entre elas o Pai-Nosso. Também as orações
eucarísticas inspiram-se em modelos da tradição judaica. As relações
entre liturgia judaica e liturgia cristã mas também a diferença de seus
conteúdos são particularmente visíveis nas grandes festas do ano
litúrgico, como a Páscoa. Cristãos e judeus celebram a Páscoa; Páscoa da
história, orientada para o futuro, entre os judeus; Páscoa realizada na
morte e na Ressurreição de Cristo, entre os cristãos, ainda que sempre à
espera da consumação definitiva.
P.21.3 Conseqüências da Páscoa de Cristo
§1225 Foi em sua Páscoa que Cristo abriu a
todos os homens as fontes do Batismo. Com efeito, já tinha falado da
paixão que iria sofrer em Jerusalém como de um "batismo" com o qual
devia ser batizado. O sangue e a água que escorreram do lado traspassado
de Jesus crucificado são tipos do Batismo e da Eucaristia, sacramentos
da vida nova: desde então é possível "nascer da água e do Espírito" para
entrar no Reino de Deus (Jo 3,5).
Vê, quando és batizado, donde vem o Batismo, se não
da cruz de Cristo, da morte de Cristo. Lá está todo o mistério: ele
sofreu por ti. E nele que és redimido, é nele que és salvo e, por tua
vez, te tornas salvador.
P.21.4 Consumação da Páscoa
§1096 Liturgia judaica e liturgia cristã. Um
conhecimento mais aprimorado da fé e da vida religiosa do povo judaico,
tais como são professadas e vividas ainda hoje, pode ajudar a
compreender melhor certos aspectos da liturgia cristã. Para os judeus e
para os cristãos, a Sagrada Escritura é uma parte essencial de suas
liturgias: para a proclamação da Palavra de Deus, a resposta a esta
palavra, a oração de louvor e de intercessão pelos vivos e pelos mortos,
o recurso à misericórdia divina. A Liturgia da palavra, em sua
estrutura própria, tem sua origem na oração judaica. A Oração das horas,
bem como outros textos e formulários litúrgicos, tem seus paralelos na
oração judaica, o mesmo acontecendo com as próprias fórmulas de nossas
orações mais veneráveis, entre elas o Pai-Nosso. Também as orações
eucarísticas inspiram-se em modelos da tradição judaica. As relações
entre liturgia judaica e liturgia cristã mas também a diferença de seus
conteúdos são particularmente visíveis nas grandes festas do ano
litúrgico, como a Páscoa. Cristãos e judeus celebram a Páscoa; Páscoa da
história, orientada para o futuro, entre os judeus; Páscoa realizada na
morte e na Ressurreição de Cristo, entre os cristãos, ainda que sempre à
espera da consumação definitiva.
§1164 O povo de Deus, desde a lei mosaica, conheceu
festas fixas a partir da páscoa para comemorar as ações admiráveis do
Deus salvador, dar-lhe graças por elas, perpetuar-lhes a lembrança e
ensinar às novas gerações a conformar sua conduta com elas. Na era da
Igreja, situada entre a páscoa de Cristo, já realizada uma vez por
todas, e a consumação dela no Reino de Deus, a liturgia celebrada em
dias fixos está toda impregnada da novidade do mistério de Cristo.
P.21.5 Cumprimento da Páscoa do Reino de Deus
§1403 Quando da última Ceia, o Senhor mesmo
dirigia o olhar de seus discípulos para a realização da Páscoa no Reino
de Deus: "Desde agora não beberei deste fruto da videira até aquele dia
em que convosco beberei o vinho novo no Reino de meu Pai" (Mt 26,29).
Toda vez que a Igreja celebra a Eucaristia lembra-se desta promessa, e
seu olhar se volta para "aquele que vem" (Ap 1,4). Em sua oração,
suspira por sua vinda: "Maran athá" (1 Cor 16,22), "Vem, Senhor Jesus"
(Ap 22,20), "Venha vossa graça e passe este mundo!"
P.21.6 Dia da celebração da Páscoa
§1170 No Concílio de Nicéia (em 325), todas as
Igrejas chegaram a um acordo acerca de que a páscoa cristã fosse
celebrada no domingo que segue a lua cheia (14 Nisan) depois do
equinócio de primavera. Por causa dos diversos métodos utilizados para
calcular o dia 14 de mês de Nisan, o dia da Páscoa nem sempre ocorre
simultaneamente nas Igrejas ocidentais e orientais. Por isso busca-se um
acordo, a fim de se chegar novamente a celebrar em uma data comum o dia
da Ressurreição do Senhor.
P.21.7 Eucaristia memorial da Páscoa de Cristo
§1340 Ao celebrar a última Ceia com seus
apóstolos durante a refeição pascal, Jesus deu seu sentido definitivo à
páscoa judaica. Com efeito, a passagem de Jesus a seu Pai por sua Morte e
sua Ressurreição, a Páscoa nova, é antecipada na ceia e celebrada na
Eucaristia que realiza a Páscoa judaica e antecipa a Páscoa final da
Igreja na glória do Reino.
§1362O MEMORIAL SACRIFICAL DE CRISTO E DE SEU CORPO, A
IGREJA A eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo, a atualização e a
oferta sacramental de seu único sacrifício na liturgia da Igreja, que é
o corpo dele. Em todas as orações eucarísticas encontramos, depois das
palavras da instituição, uma oração chamada anamnese ou memorial.
§1363 No sentido da Sagrada Escritura, o memorial não
é somente a lembrança dos acontecimentos dos acontecimento do passado,
mas a proclamação das maravilhas que Deus realizou por todos os homens. A
celebração litúrgica desses acontecimentos toma-os de certo modo
presentes e atuais. É desta maneira que Israel entende sua libertação do
Egito: toda vez que é celebrada a Páscoa, os acontecimentos do êxodo
tomam-se presentes à memória dos crentes, para que estes conformem sua
vida a eles.
§1364 O memorial recebe um sentido novo no Novo
Testamento. Quando a Igreja celebra a Eucaristia, rememora a páscoa de
Cristo, e esta se toma presente: o sacrifício que Cristo ofereceu uma
vez por todas na cruz torna-se sempre atual: "Todas as vezes que se
celebra no altar o sacrifício da cruz, pelo qual Cristo nessa páscoa foi
imolado, efetua-se a obra de nossa redenção."
§1365 Por ser memorial da páscoa de Cristo, a
Eucaristia é também um sacrifício. O caráter sacrifical da Eucaristia é
manifestado nas próprias palavras da instituição: "Isto é o meu Corpo
que será entregue por vós", e "Este cálice é a nova aliança em meu
Sangue, que vai ser derramado por vós" (Lc 22,19-20). Na Eucaristia,
Cristo dá este mesmo corpo que, entregou por nós na cruz, o próprio
sangue que "derramou por muitos para remissão dos pecados" (Mt 26,28).
§1366 A eucaristia é, portanto, um sacrifício porque
representa (toma presente) o Sacrifício da Cruz, porque dele é memorial e
porque aplica seus frutos:
[Cristo nosso Deus e Senhor ofereceu-se a si mesmo a
Deus Pai uma única vez, morrendo como intercessor sobre o altar da cruz,
a fim de realizar por eles (os homens) uma redenção eterna. Todavia,
como sua morte não devia pôr fim ao seu sacerdócio (Hb 7,24.27), na
última ceia, "na noite em que foi entregue (1 Cor 11,13), quis deixar à
Igreja, sua esposa muito amada, um sacrifício visível (como o reclama a
natureza humana) em que seria representado (feito presente) o sacrifício
cruento que ia realizar-se uma vez por todas uma única vez na cruz,
sacrifício este cuja memória haveria de perpetuar-se até o fim dos
séculos (l Cor 11,23) e cuja virtude salutar haveria de aplicar-se à
remissão dos pecados que cometemos cada dia.
P.21.8 Nomes da Páscoa
§1169 Por isso, a páscoa não é simplesmente
uma festa entre outras: é a "festa das festas", "solenidade das
solenidades", como a Eucaristia é o sacramento dos sacramentos (o grande
sacramento). Santo Atanásio a denomina "o grande domingo como a semana
santa é chamada no Oriente "a grande semana". O mistério da
ressurreição, no qual Cristo esmagou a morte, penetra nosso velho tempo
com sua poderosa energia até que tudo lhe seja submetido.
P.21.9 Realização da Páscoa de Cristo
§731 No dia de Pentecostes (no fim das sete
semanas pascais), a Páscoa de Cristo se realiza na efusão do Espírito
Santo, que é manifestado, dado e comunicado como Pessoa Divina: de sua
plenitude, Cristo, Senhor, derrama em profusão o Espírito.
P.21.10 Significação da Páscoa dos Judeus
§1363 No sentido da Sagrada Escritura, o
memorial não é somente a lembrança dos acontecimentos dos acontecimento
do passado, mas a proclamação das maravilhas que Deus realizou por todos
os homens. A celebração litúrgica desses acontecimentos toma-os de
certo modo presentes e atuais. É desta maneira que Israel entende sua
libertação do Egito: toda vez que é celebrada a Páscoa, os
acontecimentos do êxodo tomam-se presentes à memória dos crentes, para
que estes conformem sua vida a eles.
P.21.11 Ultima Páscoa da Igreja
§677 A Igreja só entrará na glória do Reino
por meio desta derradeira Páscoa, em que seguirá seu Senhor em sua Morte
e Ressurreição. Portanto, o Reino não se realizará por um triunfo
histórico da Igreja segundo um progresso ascendente, mas por uma vitória
de Deus sobre o desencadeamento último do mal, que fará sua Esposa
descer do Céu. O triunfo de Deus sobre a revolta do mal assumirá a forma
do Juízo Final depois do derradeiro abalo cósmico deste mundo que
passa.
P.21.12 Última Páscoa do cristão
§1680 OS FUNERAIS CRISTÃOS Todos 0os
sacramentos, principalmente os da iniciação cristã, têm por finalidade a
última Páscoa do Filho de Deus, aquela que, pela morte, o fez entrar na
vida do Reino. Agora se realiza o que o cristão confessa na fé e na
esperança: "Espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de
vir.
§1681 A última Páscoa do cristão O sentido cristão da
morte é revelado à luz do mistério pascal da Morte e Ressurreição de
Cristo, em que repousa nossa única esperança. O cristão que morre em
Cristo Jesus "deixa este corpo para ir morar junto do Senhor".
§1382 A Missa é ao mesmo tempo e inseparavelmente o
memorial sacrifical no qual se perpetua o sacrifício da cruz, e o
banquete sagrado da comunhão no Corpo e no Sangue do Senhor. Mas a
celebração do Sacrifício Eucarístico está toda orientada para a união
íntima dos fiéis com Cristo pela comunhão. Comungar é receber o próprio
Cristo que se ofereceu por nós.
§1683 A Igreja que, como mãe, trouxe sacramentalmente
em seu seio o cristão durante sua peregrinação terrena, acompanha-o, ao
final de sua caminhada, para entregá-lo "ás mãos do Pai". Ela oferece
ao Pai, em Cristo, o filho de sua graça e deposita na terra, na
esperança, o germe do corpo que ressuscitar na glória. Esta oferenda é
plenamente celebrada pelo Sacrifício Eucarístico. As bênçãos que a
precedem e a seguem são sacramentais.
P.21.13 União dos fiéis na Páscoa de Cristo
§793 Ele nos une a sua Páscoa. Todos os
membros devem esforçar-se por se assemelhar a ele "até Cristo ser
formado neles" (Gl 4,19). "Por isso somos inseridos nos mistérios de sua
vida associamo-nos a suas dores como o corpo à Cabeça, para que
padecendo com ele, sejamos com ele também glorificados.
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