Coordenador dos Jogos, James Parker apela ao
governo para mudar a legislação
LONDRES, quinta-feira, 6 de setembro de 2012 (ZENIT.org) -
O católico James Parker, coordenador da XIV edição dos Jogos
Paraolímpicos de Verão, lançou um apelo aos cristãos e a todos os
defensores da vida humana: desafiar os líderes e políticos para mudar as
"leis anacrônicas e discriminatórias sobre o aborto", que hoje estão em
vigor na Inglaterra.
Parker
é o primeiro leigo da história a servir como capelão durante os Jogos.
Seu apelo foi lançado em uma entrevista pré-gravada pela Rádio Vaticano.
Com
os Jogos Paraolímpicos chegando ao fim, Parker falou do tempo que
dedicou aos jogos e das conversas diretas que teve com os atletas. "A
minha experiência na Vila Paraolímpica, residência de todos os atletas e
dirigentes nas proximidades do Parque Olímpico, é a experiência de um
lugar sagrado", disse ele.
Parker
acrescenta que, embora a vila esteja repleta de cadeiras de rodas,
muletas, corpos de todas as formas e tamanhos, há "uma paixão vibrante e
tangível pela vida".
"Na
vila, a alegria é palpável. É um lugar em que todo mundo é celebrado e
honrado, tenha conseguido medalhas ou não, e cada pessoa está a serviço
do seu vizinho. Isso me remete às palavras de São Lourenço, que, no ano
de 258, recebeu a ordem de levar o tesouro da Igreja para o imperador
Valeriano. O santo levou até o imperador os pobres, os aleijados e os
mutilados e disse: 'Aqui estão as jóias da Igreja!'. Ele foi martirizado
por causa deste gesto".
Falando
destes jogos, Parker observa que "lemos a palavra ‘sobre-humanos’ nos
jornais, mas os atletas paraolímpicos não são diferentes dos outros
seres humanos".
"Ao
hospedar os Jogos Paraolímpicos, o Reino Unido mostrou ao mundo as
qualidades e os potenciais das pessoas com deficiências físicas. Porém,
as leis nacionais discriminam de modo veemente e chocante qualquer nova
vida que venha afetada por problemas físicos, mentais ou genéticos".
Parker também afirma que, durante as
conversas com os atletas, ficou surpreso ao
descobrir que muitos não se davam conta de
que, se tivessem sido concebidos na Inglaterra
de hoje, provavelmente teriam sido abortados.
"Se
a Inglaterra quer um lugar de destaque no quadro de medalhas das
próximas edições dos Jogos Paraolímpicos, terá que considerar seriamente
a possibilidade de mudar as suas leis, para parar de discriminar o que
agora é rotulado como ‘qualidade de vida inaceitável’. Jogos
Paraolímpicos à parte, qualquer sociedade que queira ser próspera
precisa dar mais valor à igualdade entre deficientes e não deficientes",
reforça.
"A
comunidade cristã como um todo, juntamente com outras pessoas que
partilham os nossos valores sobre a dignidade da vida humana, tem que
continuar a tomar a iniciativa e, seguindo o exemplo de São Lourenço,
trabalhar de uma forma significativa pela mudança das leis anacrônicas e
discriminatórias do aborto", sustenta Parker. "Se este assunto não
estiver entre as conclusões dos Jogos Paraolímpicos, é difícil imaginar
uma nova oportunidade como esta, já que a sociedade britânica e o mundo
estão celebrando as realizações incríveis de pessoas portadoras de
deficiências físicas".
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