A
LIBERDADE DO SER HUMANO EM SARTRE
Por
meio deste trabalho monográfico abordamos “A liberdade do ser humano em
Sartre”. Tendo como sustentáculo o terceiro tópico “Liberdade e
responsabilidade” do primeiro capítulo na obra O ser e o nada. E como objetivo geral: Compreender o significado de
liberdade do ser humano no pensamento de Jean-Paul Sartre. Tem a pretensão de
responder a seguinte problemática: é possível o ser humano compreender-se livre sem
responsabilidade de acordo com Sartre? Portanto será
trabalhado em três capítulos: No primeiro refletimos a existência do homem na
filosofia de Sartre. Em seguida, evidenciamos a existência do ser na filofia de
Sartre. Por fim, no terceiro capítulo, trouxemos como reflexão a liberdade do
ser humano no pensamento sartreano.
A presente pesquisa deseja cooperar com a filosofia
no que se refere ao estabelecimento de uma reflexão do que realmente venha a ser a liberdade em
Sartre, utilizando como base a linha de pensamento do próprio filósofo. Segundo
ele, a liberdade está intrinsecamente ligada à responsabilidade; assim, cada
indivíduo assume as consequências das suas escolhas. O sujeito, desesperado e
angustiado, busca soluções em tudo, a ponto de depositar a responsabilidade em
outro ser, a fim de que esse assuma as consequências dos seus atos e escolhas. O
autor nos lembra que o homem foge de sua responsabilidade, agindo de “má fé”
consigo mesmo, isso porque é mais fácil atribuir suas culpas a outro, e assim
desfrutar de uma liberdade desmedida.
O
ser humano, segundo o autor, está condenado a ser livre, porém com
responsabilidade, a qual consiste no ato de escolher o que lhe dá prazer e
alegria, sendo que a mesma o possibilita agir com prudência em suas escolhas. Para
Sartre, esta prática não anula a liberdade. A seguir tratamos do surgimento
do existencialismo.
O filósofo Kierkegaard é o pioneiro no
estudo da existência, porém o seu pensamento não tive grande importância quando
foi apresentado. Todavia, foi depois da sua morte que o mesmo passou a ter
relevância para os filósofos do século XX, chegando ao ponto de lhe ser atribuído
o título de pai do existencialismo, por ter abordado, o que virá a ser o
embasamento da corrente filosófica existencialista.
A
Primeira Guerra Mundial que envolveu a Europa, foram momentos complicados para
a população que durante todo aquele período, vivenciou, conflitos envolvendo
vários setores da sociedade, tais como: financeiro, político, econômico, moral e
principalmente no âmbito acadêmico. A falta de sentido em viver em meio a
tantos destroços, levaram os sobreviventes a se depararem com uma crise
existencial, que fora provocado por meio da guerra, que se tornou um momento
histórico, surge como consequência uma nova corrente filosófica: o
existencialismo.
A
grande maioria dos jovens adotou a atitude existencialista. O existencialismo
por intermédio das mídias foi relacionado aos movimentos de modificação de
conduta e de costumes. De início tem como ponto de partida assinalar motivações
para que o ser humano tenha sentido de viver, de acordo com a linha do
pensamento podemos dizer que o termo designa de forma compreensiva, uma
filosofia não sistemática, metódica. Essa corrente filosófica do
existencialismo prioriza o real, o si, o para si, o particular, as
generalidades vagas.
O
existencialismo cristão é formado por estes filósofos: Karl Jaspers e Gabriel
Marcel que tiveram um entusiasmo pelo mistério da humanidade; uma convicção de
que existe um para além do conhecimento que nos é possível atingir. Tais
filósofos insistem em dizer que Deus é indispensável na vida do homem, na
construção de sua essência.
E
os pensadores ateus são: Heidegger e Sartre. Neles encontramos a eliminação de
qualquer tipo ou forma de conhecimento com relação a Deus. Mas sem deixar de
lado o pensamento de que a “existência precede a essência”, assim afirma
Sartre.
A
existência do ser na filosofia de Sartre
A
fenomenologia foi mencionada por alguns pensadores, no decorrer da
história filosófica, no entanto é possível apresentar como descrição de que,
podemos definir o fenômeno como “aquilo que aparece ou se manifesta.” Desta
forma, fizemos feita uma abordagem da fenomenologia sob a marca do
filósofo alemão Edmund Husserl que apresenta a fenomenologia como um método de
verificação que tem o propósito de apreender o fenômeno,
isto
é, o surgimento das coisas à consciência, de uma maneira rígida.
O ser se manifesta, tanto na sua essência quanto na
sua aparência e, não passa de ser bem interligada dessas manifestações. Ao
conseguir reduzir os dualismos às suas manifestações. As aparições estão
ligadas por uma razão que não depende do meu bel-prazer. Segundo Sartre,
dualismo, ato e potência, apenas confundem a análise do fenômeno.
O existente, com efeito, não pode se reduzir a uma série finita de
manifestações, porque cada uma delas é uma relação com um sujeito em perpétua
mudança.
Pode-se
afirmar que Sartre se atém na análise do fenômeno, o que vem a ser o propósito
maior da fenomenologia husserliana. O que o pensador Frances entende por prova
ontológica reside nos seguintes termos: “a consciência nasce trazida por um
ser que não é ela. A consciência não pode fazer com que haja ser, mas, porque
há ser, a consciência funda-se, enquanto consciência de si e do ser.” (LIMA,
2009, p. 18). Sartre critica Husserl pelo fato do pensador alemão ter ficado
preso ao cogito cartesiano, mais
especificamente à descrição da aparência das coisas à consciência.
Ao
desvelar o fenômeno do ser, Sartre o analisou como aquilo que aparece em si
mesmo. A partir deste estudo, o filósofo passou a interrogar pelo ser mesmo
desse aparecer. Não participando com as soluções realista no que se refere à
problemática do ser do fenômeno, ele o ponderou como aquilo mesmo que se mostra
à consciência, empregar para isso o conceito de intencionalidade de Husserl,
embora fazendo algumas advertências ao filósofo alemão. Assim, "partimos
da pura aparência e chegamos ao pleno ser." (SARTRE, 1997, p. 35). É
quando Sartre irá apresentar dois tipos de seres hauridos de sua análise
existencial: o ser Em-si e o ser Para-si. O filósofo irá
discorrer sobre esses dois tipos de seres mostrando os modos próprios como eles
se dão.
Em
determinar o ser do fenômeno como sendo o ser tal qual ele nos aparece, Sartre
o chamará de ser Em-si (En-soi). Não convêm dar tais atributos:
atividade, passividade, possibilidade, temporalidade, potência, pois estes só
podem advir através da consciência. O conceito de Em-si adotado por Sartre será
a base de sustentação para o filósofo apresentar o Para-si que vem a diferir
drasticamente do Em-si. O filósofo francês lança mão da noção husserliana de
consciência, que define como sendo alguma coisa. Pois, é intencional, isto é,
está sempre voltada para um objeto que dela difere.
Pois,
o autor Frances defende que a atitude interrogativa não deve ser considerada
como que restrita, isto é, à relação entre homens.
É
como se o nada tendesse constantemente no sentido de nele se estacionar. Uma
vez que a consciência intencional é desprovida de conteúdos, só lhe resta
sustentar o seu ser no nada. Por só poder existir como consciência de algo e
por não ser o fundamento de si mesmo, tende a cair constantemente para o ser
Em-si. Desse modo nos detemos na liberdade do ser humano no pensamento
sartriano.
Este
capítulo explora a liberdade do homem. O Para-si exerce o seu ser livre através
das escolhas que tem de fazer, a respeito de si, ao longo da existência. Por
sua vez, Sartre enfatiza que o ato de escolher traz consigo uma experiência
bastante singular: a angústia. Para Sartre, ela se dá pelo fato de o
Para-si ter de escolher seu modo de ser, no entanto, o fundamento de seu
próprio ser: Tenho que assumir constantemente meu modo de ser, sem possuir uma
base sólida sobre a qual eu possa repousar.
Presumivelmente, visto mais adiante, o Para-si
deve responder pelo seu modo de ser. A angústia da decisão sempre vem à
tona quando tomamos consciência de nossa inteira liberdade. O filósofo francês
nos apresenta um tipo especial de conduta que adotamos para desviar da angústia
que corrói o Para-si.
A
liberdade reside no homem na questão de ter que escolher constantemente, o
sentido que ele dará a si mesmo e ao mundo à sua volta. Contudo, para fugir do
peso da responsabilidade, o homem se refugiar geralmente na má-fé.
Mais um tipo particular de conduta de má-fé.
Por hora, o que importa aqui é que o Para-si não pode assumir o seu ser como se
fosse um Em-si. Pois se assim o fosse, não poderíamos nem sequer falar de
liberdade e transcendência. Seguindo os passos do pensador francês ao longo de
sua análise ontológica em torno da liberdade.
Sartre
até aqui nos conduzir à sua noção de responsabilidade. O Para-si deve
escolher seu modo de ser. Para realizar tal pensamento, Sartre argumenta que o
homem deve assumir inteiramente a autoria de seu projeto existencial.
A presente pesquisa faz
algumas reflexões, sugestivas importantes para o ser humano perante a
sociedade. Mesmo que Sartre enfatize que “cada um é responsável por si e pelos
seus atos”, pois uma vez vista desta forma contribuímos para uma vivencia
melhor com o mundo que está ao entorno, tentamos dar prioridade a problemática
da liberdade que o homem almeja, mas como vimos a liberdade já termos desde a
nossa origem, porém Sartre condena o uso da má-fé. Esta pesquisa mostra que a
liberdade deve estar sempre alicerçada na responsabilidade. A liberdade já é
uma característica de cada ser humano.
A
presente pesquisa trouxe algumas reflexões que pode contribuir para a filosofia
no que se refere ao estabelecimento de uma profunda reflexão do que realmente
venha a ser a liberdade do ser humano nas perspectivas sartreana, utilizando
como meio de compreensão o pensamento do próprio filósofo. Acreditamos, pois,
que esta seja a grande incumbência e contribuição deste trabalho monográfico
para a sociedade e para a filosofia.